31 de julho de 2009

querência

É tanto que calo das tardes sem hora
Onde só o instante era o que importava
Sem barreiras, impedimentos, distâncias
É tanto que guardo dos sussuros, suspiros e gemidos roucos
Da noite sem amanhã
É tanto que fica do abraço de alma
Numa tarde no parque em dia de verão
É tanto que rasga da angústia do impossível
De deixar tudo pro destino fazer
É tanto que treme de medo que o tempo te arraste pra longe
E tudo vire lembrança de uma juventude (bem) vivida
É tanto que fica
É nada que passa
É tanto querer
É tanta falta
Tanto (des)encontro, tanta (in)justiça
É tanto choro engasgado
Tanto grito abafado
Tanto riso adiado
É tanta vida que a gente deixa esperando ter hora pra viver
É tanta sobra
É tudo ou nada